O Impacto da Inteligência Artificial Generativa nas Competências Críticas, Cibersegurança e Gestão do Conhecimento, ilustrado com algumas conclusões do Fórum Económico Mundial WEF 2024.
Introdução
A Inteligência Artificial Generativa (IAG) tem desempenhado um papel significativo na transformação digital, impulsionando inovações em diversos setores como o da energia, saúde e financeiro.
Qual o impacto que esta tecnologia tem no crescimento das empresas? Como referido no Fórum Económico Mundial (WEF) 2024 em Davos pelo Ministro de Estado da Inteligência Artificial dos Emirados Árabes Unidos, Omar Sultan Al Olama, “Se abraçar a Inteligência Artificial, estará completo. Se não o fizer e se atrasar, estará acabado. E se rejeitá-la completamente, estará completamente acabado.”
Esta afirmação ilustra que já não se trata apenas de uma questão de adoção da IA, é imperativo fazê-lo. Neste contexto, verificam-se três áreas fundamentais a considerar: em primeiro, as competências críticas necessárias para profissionais e empresas; em segundo, o papel da cibersegurança e da gestão de riscos numa economia interligada e interdependente; e, por último, a gestão de conhecimento diante da complexidade de dados e geração de insights valiosos para a tomada de decisões do ponto de vista comercial, de marketing e de estratégia global das empresas.
1. Competências Críticas Necessárias
Com a ascensão da Inteligência Artificial Generativa IAG, novas competências tornam-se indispensáveis para os profissionais que desejam prosperar no ambiente de trabalho moderno. A habilidade de compreender, desenvolver e colaborar com sistemas de IA é crucial. Além disso, as competências sociais e éticas, como a capacidade de interpretar e avaliar as decisões tomadas por algoritmos, tornam-se essenciais.
Os profissionais precisam adaptar-se a uma rápida evolução tecnológica, desenvolvendo uma mentalidade flexível e uma predisposição para a aprendizagem contínua. Áreas fundamentais de desenvolvimento profissional para fazer face aos desafios de crescimento empresarial, se tivermos em linha de conta que a meia-vida das competências costumava ser de 30 anos, e que atualmente é de apenas 7 anos.
Neste contexto, é elucidativa a afirmação de Arvind Krishna, Presidente e CEO da IBM no WEF 2024: “Se a metade inferior do trabalho cognitivo for assumida pela genAI, isso implica que o que precisa aprender é pensamento crítico. Tal significa que o pensamento crítico, independentemente do domínio em que você atua, torna-se a habilidade que é muito, muito mais necessária”.
Necessidade esta reiterada pelo Relatório Future of Jobs WEF 2023, considerando que “O pensamento analítico e o pensamento criativo continuam a ser as competências mais importantes para os trabalhadores… O pensamento analítico é considerado uma competência essencial por mais empresas do que qualquer outra competência”.
Como exemplo desta constante de adaptação de mudança, veja-se o caso da Accenture que já começou a dar prioridade a um nível mínimo de alfabetização digital em todos os níveis, para que a sua equipa compreender conceitos como tecnologia de nuvem, dando à empresa uma vantagem quando se trata de construir uma força de trabalho pronta para IA.
O Relatório conclui ainda que é esperado que o impacto da maioria das tecnologias nos empregos seja positivo nos próximos cinco anos.
Prevê-se que:
- a análise de big data, as alterações climáticas e as tecnologias de gestão ambiental, bem como a encriptação e a cibersegurança sejam os maiores impulsionadores do crescimento do emprego;
- as tecnologias agrícolas, as plataformas e aplicações digitais, o comércio eletrónico e o comércio digital e a IA resultem numa perturbação significativa do mercado de trabalho, com proporções substanciais de empresas prevendo a deslocação de empregos nas suas organizações, compensada pelo crescimento do emprego noutros locais;
todas as tecnologias sejam criadoras líquidas de empregos nos próximos cinco anos, exceto duas: robôs humanóides e robôs não humanóides.
Conheça o Top 10 das competências essenciais:
- O pensamento analítico e o pensamento criativo;
- O pensamento criativo, outra competência cognitiva, ocupa o segundo lugar
- As três competências de autoeficácia – resiliência, flexibilidade e agilidade;
- A motivação e autoconsciência; e curiosidade e aprendizagem ao longo da vida;
- Alfabetização tecnológica;
- Confiabilidade e atenção aos detalhes.
- Empatia;
- Escuta ativa;
- Liderança;
- Influência social e controlo de qualidade.
2. Cibersegurança e Gestão de Riscos
O uso crescente de IAG apresenta desafios relacionados com a cibersegurança e gestão de riscos. Os modelos generativos, ao aprenderem a partir de grandes conjuntos de dados, podem inadvertidamente incorporar viés ou vulnerabilidades.
A cibersegurança deve evoluir para incorporar técnicas avançadas de deteção e mitigação de ameaças geradas por IA. Além disso, a gestão de riscos tem de considerar a probabilidade de eventos adversos causados por sistemas generativos, exigindo uma abordagem proativa na identificação e mitigação de potenciais ameaças.
Segundo o Global Cybersecurity Outlook 2024 , produzido pelo Fórum Económico Mundial em colaboração com a Accenture, a desigualdade cibernética é geralmente motivada pela falta de priorização, experiência, regulamentação e conectividade, bem como pelos custos da segurança cibernética. Motivo pelo qual o alinhamento entre cibernética e negócios está a tornar-se mais comum, devendo as empresas continuar a investir e a manter uma consciência dos fundamentos essenciais da segurança.
Ilustremos alguns exemplos:
- 29% das organizações relataram que foram afetadas materialmente por um incidente cibernético nos últimos 12 meses;
- As maiores organizações afirmam que a maior barreira à resiliência cibernética é a transformação de tecnologias e processos legados.
- Existe uma ligação clara entre a resiliência cibernética e o envolvimento do CEO. 93% dos entrevistados que consideram as suas organizações líderes e inovadoras em resiliência cibernética confiam no seu CEO para falar externamente sobre o seu risco cibernético. Das organizações que não são ciber-resilientes, apenas 23% confiam na capacidade do seu CEO de falar sobre o seu risco cibernético.
Resultante da interdependência, o risco do ecossistema cibernético está a tornar-se mais problemático. Para qualquer organização, os parceiros do seu ecossistema são tanto o maior trunfo como o maior obstáculo para um futuro digital seguro, resiliente e confiável:
- 41% das organizações que sofreram um incidente material nos últimos 12 meses afirmam que foi causado por terceiros.
- 54% das organizações têm uma compreensão insuficiente das vulnerabilidades cibernéticas na sua cadeia de abastecimento. Mesmo 64% dos executivos que acreditam que a resiliência cibernética da sua organização cumpre os requisitos mínimos para operar dizem que ainda têm uma compreensão inadequada das vulnerabilidades cibernéticas da sua cadeia de abastecimento.
- 60% dos executivos concordam que as regulamentações cibernéticas e de privacidade reduzem efetivamente o risco no ecossistema da sua organização – um aumento de 21% desde 2022.
Neste contexto, quais são as principais preocupações em relação ao impacto da IA generativa no ciberespaço?
- Avanço das capacidades adversárias – phishing, desenvolvimento de malware, deepfakes;
- Fuga de dados – exposição de informações de identificação pessoal por meio de IA generativa;
- Maior complexidade da governança de segurança;
- Segurança técnica dos próprios sistemas de IA;
- Cadeia de fornecimento de software e risco de desenvolvimento de código – possíveis backdoors;
- Preocupações legais de propriedade intelectual e responsabilidade.
Como podem as soluções de Inteligência Artificial Generativa fazer face a estas preocupações?
Se é evidente que revolução da IAG traz benefícios substanciais, requer também uma abordagem cautelosa para lidar com as preocupações relacionadas com a segurança, privacidade e integridade da informação. A implementação responsável, aliada a avanços contínuos em tecnologias de segurança, é fundamental para maximizar os benefícios da IAG enquanto mitiga os riscos associados.
A nível de fuga de dados, as soluções de IAG devem incluir protocolos rigorosos para garantir que dados sensíveis sejam devidamente anonimizados ou excluídos antes da formação de modelos generativos, bem como medidas de monitorização constante para identificar e conter qualquer fuga de dados gerado por sistemas generativos.
Por outro lado, a nível da proteção de dados, devem aperfeiçoar métodos de autenticação e implementar tecnologias de criptografia robustas, visando garantir uma proteção eficaz.
A nível de deepfakes, devem ter uma abordagem multifacetada, envolvendo a deteção automatizada por meio de IA, legislação rigorosa para desencorajar o uso malicioso e a consciencialização para que o público possa discernir entre conteúdo autêntico e manipulado.
E em termos de ética na implementação da IAG, devem ser orientadas por princípios éticos, adotando práticas transparentes, garantindo a explicabilidade dos modelos generativos, e incorporando salvaguardas éticas e legais para proteger a privacidade das pessoas e garantir o uso responsável da IAG.
3. Gestão de Conhecimento e Geração de Insights
Com a complexidade crescente dos dados, a gestão de conhecimento torna-se um elemento crucial para aproveitar o potencial da IAG. A capacidade de organizar e extrair informações valiosas a partir de conjuntos massivos de dados é vital.
As ferramentas de IA generativa podem ajudar na geração de insights valiosos, mas os profissionais precisam ser capacitados para interpretar e contextualizar esses resultados. A gestão eficaz do conhecimento implica em estratégias que integrem a IAG no ciclo de vida da informação, garantindo a criação de valor nas decisões empresariais.
Conclusão
A Inteligência Artificial Generativa está a redefinir as competências críticas necessárias para os profissionais, introduzir desafios significativos na cibersegurança e gestão de riscos, ao mesmo tempo em que oferece oportunidades a nível a geração de insights valiosos para a tomada de decisões.
É imperativo que as organizações invistam na formação contínua dos seus colaboradores, promovam práticas éticas na implementação de IAG e adotem estratégias abrangentes para enfrentar os desafios e aproveitar os benefícios desta tecnologia inovadora e, mais que evolutiva, revolucionária.
Sobre as principais conclusões da IA generativa e WEF 2024.
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